Getting your Trinity Audio player ready...
|
Quase sempre, somos levados a enxergar através da visão interior. Com as cores que usamos por dentro, julgamos os aspectos de fora. Pelo que sentimos, examinamos os sentimentos alheios.
Daí, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não seja contaminada pelo mal do julgamento precoce ou desnecessário. E aí, quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.
Junto das manifestações do amor mais puro, muitas vezes, imaginamos alucinações carnais; se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade; ante o amigo chamado à carreira pública, o mentalizamos um aproveitador, um oportunista fadado à tirania política.
Se o vizinho sabe economizar com grande proveito, o imaginamos com desconfiança; quando ouvimos um amigo fazendo justa defesa e usando toda a sua energia, o colocamos como intratável.
Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos, e as virtudes, nessas circunstâncias não são percebidas. Mas, os males, contudo, sobram sempre e os mais largos gestos de bênçãos recebem lastimáveis interpretações.
Portanto, guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência. Nestes casos, o silêncio é remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.
Pensemos sobre isso nesta quinta-feira, para que somente as virtudes e qualidades do nosso próximo ressaltem aos nossos olhos. Isto também é caridade cristã.
Há braços!
Raul Canal