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Segundo dados do Relatório de Fraude Scamscope, desenvolvido pela ACI Worldwide em parceria com a GlobalData, o total de perdas com golpes aplicados por meio do Pix deve ultrapassar os US$ 635,6 milhões, ou seja, aproximadamente R$ 3,7 bilhões no Brasil até o ano de 2027.
Lançado em outubro de 2020, o pagamento instantâneo brasileiro é o queridinho dos brasileiros, diminuiu a circulação do dinheiro em moeda física e ganhou até slogan: “faz um Pix”.
Entretanto, tamanha popularidade chama a atenção de golpistas, que usam a criatividade para aplicar um novo golpe financeiro.
O mais novo golpe em circulação é o do “Pix errado”, que funciona assim, o fraudador faz uma transferência para a conta da vítima usando, normalmente, uma chave Pix de número de telefone.
Na sequencia, a vítima recebe uma mensagem ou ligação do próprio golpista no mesmo número, nesse momento ele afirma ter feito a transação por engano e pede o dinheiro de volta, entretanto, informa a chave PIX de outra conta;
Então, enquanto a vítima realiza o processo de devolução para a conta informada, o golpista utiliza do Mecanismo Especial de Devolução (MED), para pedir ao banco o dinheiro de volta na conta pela qual fez o Pix inicial.
De acordo com Luís Guilherme Martins Lima, advogado especialista em Direito Bancário, nesses casos é sempre importante, conferir se a conta informada para o pagamento é a mesma que realizou o envio do Pix por engano.
Lima também destaca que para evitar cair em golpes, algumas medidas simples e eficaz são importantes.
“Sempre verifique quem é o remetente dos e-mails e evite clicar em links suspeitos Não clique em links para cadastrar chave PIX que chegam por e-mail, WhatsApp, redes sociais e SMS Faça isso só em canais oficiais dos bancos, como aplicativos de internet bank. Nunca compartilhe código de verificação que você recebe ao cadastrar chave Pix”.
O advogado destaca que se a pessoa for vítima de um golpe, a primeira coisa a fazer é bloquear os cartões de crédito e débito, carteiras digitais e outros serviços financeiros que possam estar comprometidos.
“Depois avise o banco sobre sua situação para que eles monitorem qualquer atividade suspeita e, se possível, revertam as transações. Troque todas as senhas que possam ter sido comprometidas, como do e-mail, redes sociais, contas bancárias. Em seguida, faça um boletim de ocorrência na delegacia para registrar. Avise seus amigos e familiares, já que os golpistas, a mercê das suas informações, podem tentar fazer golpes com pessoas próximas”.
De acordo com o Censo de Fraudes, ASAS 2023, a região sudoeste é a que mais registra fraudes, com mais de 300 mil casos. Em segundo lugar está o nordeste, com mais de 104 mil casos. Já a região norte tem menos fraudes, mas o valor médio das transações fraudulentas é bem mais alto, quase o dobro das transações legítimas.
Francine Marquez
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil