O Brasil está perto de ganhar sua moeda digital oficial: o Drex. Com chegada prevista para o segundo semestre deste ano, e atualmente em fase de testes será emitido pelo Banco Central (BC) e vai funcionar como extensão da moeda física, tendo sempre o mesmo valor e a mesma aceitação do Real tradicional.
Como Drex, os brasileiros poderão, com segurança e confiabilidade totais, realizar online transações como pagamentos, transferências, investimentos e mesmo obter financiamentos de forma totalmente digital, com cada uma das operações transacionadas no ambiente da blockchain pública.
Imagine, por exemplo, que alguém vai comprar um carro. Se o comprador pagar antes, o vendedor poderá demorar ou mesmo não transferir o documento do veículo. Se o vendedor transferir antes, o comprador poderá não pagar. Com a utilização da blockchain, o Drex resolverá esse problema: bastará associar as informações – o veículo vira um token na rede – e, com um clique, a operação venda-transferência acontece ao mesmo tempo. Nem ir ao cartório será mais necessário.
A utilização da blockchain, aliás, é a única semelhança entre o Drex e as criptomoedas (bitcoin, ethereum, stablecions, etc), com as quais o Real Digital é frequentemente confundido.
“As operações de transferência, compras, vendas, pagamentos, etc com criptomoedas também rodam via blockchain, mas com a diferença de que estes são ativos descentralizados e sem qualquer entidade reguladora”, destaca Luiz Fernando Ribeiro Lopes, gerente de Plataformas Digitais da Tecban, uma das 16 empresas que atualmente participam das fases de formatação e testes do Drex e que lidera o consórcio formado pelo BC para formatar a nova plataforma.
O Drex, explica Lopes, ao contrário das criptomoedas – que não “pertencem” a nenhum BC de nenhum país, nem a nenhuma economia nacional formal, e por isso não têm “lastro” oficial – é que a futura moeda digital brasileira será uma CBDC – Central Bank Digital Coin, ou Moeda Digital do Banco Central.
“É o BC que cria, emite e define as regras. Isso também dá a segurança jurídica para poder transacionar, porque há a figura do regulador e a emissão oficial”, informa Lopes. “Haverá mais opções para o consumidor e para as empresas. Os consumidores poderão escolher como fazer determinado pagamento, dependendo do que estão adquirindo, com mais opções, dependendo da ocasião”, conclui.
Estadão Conteúdo
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