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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou nesta quarta-feira (28), a Operação Escudero, visando o cumprimento de vinte mandados de busca e apreensão. As diligências foram realizadas no Distrito Federal e em Goiânia (GO) e Macapá (AP).
Os mandados ocorrem em endereços vinculados ao núcleo empresarial da empresa prestadora dos serviços de fornecimento de alimentos para as unidades de saúde administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), nas residências dos servidores do instituto, além da própria sede do IGESDF.
As buscas têm como objetivo a consolidação das provas já recolhidas para conclusão do inquérito em andamento, visando consolidar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, além da eventual identificação de outros envolvidos. Os agentes também buscam novas provas que venham a somar com as já obtidas.
A investigação teve início em abril do ano passado e visa apurar as ações de empresários e agentes públicos relacionadas ao contrato de fornecimento de alimentos aos pacientes das unidades de saúde administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal – IGESDF.
“No curso da investigação, foram observados vários elementos de que o serviço é prestado de forma precária, dada a falta de insumos, atrasos nas entregas e carência de equipamentos adequados à produção de alimentos, ocasionando diversos transtornos ao plano nutricional dos enfermos, dificultando, assim, a plena recuperação dos pacientes”.
De acordo com a PCDF as diligências apontaram fortes evidências que indicam o direcionamento contratual, favorecimento indevido da empresa prestadora do serviço, que, mesmo diante das inúmeras falhas verificadas, teve o contrato renovado e seus pedidos de aumento dos valores repassados pelo IGESDF atendidos.
“Ademais, constataram-se sólidos indícios de que esse alinhamento entre os empresários e gestores do IGESDF ocorreu por conta de recebimentos de vantagens indevidas, a título de propina, para servidores públicos”.
O contrato vigente tem validade até julho do ano que vem, e o valor ultrapassa R$ 300 milhões.
Os suspeitos poderão responder pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de capitais, e caso condenados podem pegar até trinta anos de prisão.
O nome da operação faz alusão ao médico dietista Pedro Escudero, pioneiro no desenvolvimento de orientações simples para uma dieta que garante o crescimento, manutenção e desenvolvimento saudáveis.
Francine Marquez
Foto: Davidyson Damasceno/IgesDF