A endometriose, doença caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, afeta uma em cada 10 mulheres, e quase 8 milhões só no Brasil, impactando significativamente suas vidas em diversos aspectos. Estudo da organização norte-americana de pesquisa Academy of Managed Care Pharmacy, mostra que uma mulher com endometriose perde, em média, seis horas de produtividade no trabalho por semana devido à doença. A pesquisa analisou dados de mais de 1.400 mulheres com endometriose em 10 países, incluindo o Brasil.
O ginecologista, especialista em endometriose, Luís Otávio Manes, explica que a doença é genética, crônica e progressiva. “A maioria das pacientes portadoras de endometriose começa a desenvolver a doença durante a puberdade. E os sintomas vão se intensificando de forma progressiva. Estima-se que 70% das pacientes com a doença sejam sintomáticas e tenham como principais sinais a cólica e dor lombar”, afirma. Ainda, de acordo com o médico, com outros sintomas associados como dor na perna e ao evacuar, a endometriose traz um impacto direto na vida social e profissional das mulheres.
“Atualmente a endometriose é conhecida como a doença da mulher moderna. O diagnóstico ainda é tardio, levando em média 10 anos para ser realizado, o que faz com que as mulheres passem por situações que afetam diretamente a produtividade profissional. Pesquisas recentes mostram que cerca de 70% das mulheres que tem endometriose acaba tendo algum tipo de problema no trabalho e na maioria das vezes, desenvolvem sintomas depressivos como ansiedade, alteração do humor e fadiga crônica em decorrência da doença”, relata.
A perda de produtividade no trabalho é um problema real para mulheres com endometriose. “É necessário um esforço conjunto da sociedade, empresas e governo para garantir que as mulheres com a doença tenham acesso ao diagnóstico e tratamento adequados, além de um ambiente laboral inclusivo e livre de discriminação”, ressalta o especialista.
O médico afirma que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da endometriose podem ajudar a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida das mulheres, o que se reflete na vida profissional.
“As empresas podem oferecer apoio às mulheres com endometriose, como flexibilização da jornada de trabalho, possibilidade de trabalho remoto e licenças médicas para o tratamento. É importante conscientizar a sociedade sobre a endometriose e seus impactos, para que as mulheres com a doença sejam compreendidas. Aqui no Brasil, ainda não tem política pública específica para isso, mas Espanha, por exemplo, já tem uma licença para que as mulheres se ausentem do trabalho nesses períodos de cólicas intensas”, finaliza o ginecologista Luis Otávio Manes.
A dor crônica e outros sintomas da endometriose podem fazer com que a mulher esteja presente no ambiente de trabalho, mas não tenha produtividade.
Em casos mais graves, a dor intensa pode ocasionar faltas ao trabalho por conta de consultas médicas, exames, cirurgias ou simplesmente pela incapacidade de realizar suas funções devido aos sintomas.
A endometriose pode dificultar a participação em treinamentos, viagens a trabalho e outras atividades importantes para o desenvolvimento profissional.
Dificuldade em obter licenças médicas: Algumas mulheres podem ter dificuldade para conseguir esses afastamentos para tratar a endometriose, o que pode prejudicar ainda mais sua carreira.
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